Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando o seu
cachimbo um triste Preto Velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas
lágrimas desciam-lhe pela face e... Foram sete.
A Primeira... A estes indiferentes que vem no Terreiro em busca de distração, para
saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber;
A Segunda... A esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na
expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios
merecimentos negam;
A Terceira... Aos maus, aqueles que somente procuram a umbanda em busca de
vingança, desejando sempre prejudicar ao semelhante;
A Quarta... Aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e
procuram beneficiar-se dela de qualquer forma, e não conhecem a palavra
gratidão;
A Quinta... Chega suave, tem o sorriso, o elogio da flor dos lábios, mas se
olharem bem seu semblantes verão escrito: creio na Umbanda, nos teus Caboclos e
no teu Zambi, mas somente se resolverem o meu caso ou me curarem disto ou
daquilo;
A Sétima... Como foi grande e como deslizou pesada! Foi à última lágrima, aquela
que vive nos olhos de todos os Orixás. Aos médiuns vaidosos (as), que só
aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que existem
tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo
material e espiritual.
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